domingo, 13 de janeiro de 2008

Convenção de Florença em 1981


Cerca de 30 anos dedicados a uma empresa e aí desenvolver toda uma actividade profissional deixa-nos, concerteza, uma quantidade imensa de histórias cujo relembrar é gratificante ainda que muitas vezes penoso pela ausência daqueles que já faleceram e que partilharam connosco algumas dessas histórias.

Quando essa actividade era no departamento de vendas e a empresa se chamava IBM, os bons resultados eram reconhecidos com o direito que se adquiria para comemorar o Hundred Percent Club ( HPC ).

Esse prémio era gozado dentro do continente europeu e os dias destinados ao evento mereciam da parte do meu grupo de colegas, de um upgrade lúdico notável.

Assim, os 3 a 4 dias do HPC eram candidamente transformados numa semana que as nossas famílias consentiam ainda que nem sempre disfarçando um sorrisinho amarelo ...

Uma vez regressados, contadas as histórias e distribuídas as prendas que trazíamos, a "paz" era renegociada para mais um ano.

As loucuras daqueles tempos tinham pouco a ver com os actuais constrangimentos e recordo a convenção de Florença em Abril de 1981 quando ainda era fresca a memória do acontecido a Aldo Moro em Roma

Nesse ano, alugámos 2 Fiats Mirafioris para calcorrear o que tinha que ser calcorreado.

Eu conduzia um deles ; o Francisco Lucas de Sousa, o outro. Os restantes parceiros eram o Carlos Melo, o Adalberto Melo, o Alexandre Belo, o Lima e Silva, o Freixo Nunes, o Trinité Rosa, o Gonçalo Fernando e eu próprio.

Escusado será dizer que nunca a Itália sonhara ser possível fazer-se com um automóvel o que nós fazíamos !

Naquela altura, tento recordar, só eu conhecia a Fontana di Trevi e esse foi um dos grandes objectivos a alcançar - que todos lá fossem tirar a fotografia de família e atirar umas liras para o charco.

Foi uma odisseia pois todas as ruas circundantes à fonte tinham um sentido proibido nas imediações do monumento que nos impossibilitava de lá chegar. Uma coisa era certa, o carro tinha que lá chegar !


Em desespero de causa, optámos pelo sentido proibido não sem que antes tivéssemos passado por uma esquadra de carabinieris perante os quais fizemos de conta que não os vimos ..... e chegámos lá !!

Não recordo como nos safámos da situação mas sei que não fomos presos!

De Roma seguimos para Florença. Era altura de recuperar o bom aspecto pois o regresso a casa aproximava-se.

Depois de instalados, wellcome reception no Palazzo Vecchio.

Passar-se-ia do dia 8 ao dia 11 na cidade sem deixar catedral sem ser vista nem Duomo sem lhe conhecermos a história.

À noite o ambiente de rua ( por onde andámos ) já era "comprometedor", vendo-se a juventude vestida à SS, com botifarras horrorosas, correntes à volta dos braços, e de olhares intimidantes.

Nada que um whiskizito não fizesse esquecer porque nós estávamos lá para o forró, pois então !

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